A tragédia ocasionada pelas chuvas no Estado de Pernambuco, em parte,  tem sua origem no regime da escravidão.

Os senhores de engenho,  por exemplo, embora possuidores de milhares de hectares de terras para o plantio da  monocultura  da cana-de açúcar, além de explorarem  a mão-de-obra  em regime escravocata, impuseram que os cortadores de cana, viessem a viver em condições de alto risco e subumanas.

Quem passar pelo Estado de Pernambuco, nos dias atuais, logo,  perceberá a  herança  colonial  exposta na existência  de casebres construídos nos morros, uma imagem  deplorável, chocante  e imprestável  como cartão postal, transportada do século XVII para  XXI.

Casebres ou palafitas, assim como queiram chamar,  dentro ou coladas   nas propriedades dos seus patrões, O lugar o mais impróprio possível  era cedido ou vendido aos explorados para ali residirem com suas famílias,.

As encostas e penhascos todos sabem,  são os lugares propícios para o deslizamento de terras que fatalmente, em um momento breve,  vão soterrar  vidas que por ali habitam.

O reflexo dessa  exploração, portanto,  persiste, e  logicamente, contribuiu de algum forma,  para que o número de mortes com as chuvas no referido Estado,  atingisse  cerca  de mais de uma centena de pessoas, justamente, os mais pobres,  é só consultar as estatísticas da catástrofe anunciada.

 

FONTE JPINEWS

por Antônio Barbosa