É nítido que a vereadora de Aracaju, Emília Corrêa (Patriotas) tem “algo preso na garganta”, algo que aparentemente “não está bem resolvido”. Essa é a leitura feita por este colunista ao acompanhar a transmissão on line feita por ela, acompanhada do presidente estadual de seu partido, Uezer Marques, quando anunciou definitivamente que em 2020 irá disputar a reeleição para mais um mandato na Câmara Municipal, desfazendo qualquer rumor de que poderia disputar a Prefeitura de Aracaju.

Mas com muita personalidade, Emília não escondeu que mediu os “prós” e “contras” e avaliou que era melhor seguir com independência política e disputar a reeleição, ou seja, para ser candidata a prefeita de Aracaju teria que fazer acordos e composições, algo que ela preferiu não fazer no momento, para não comprometer sua forma de atuação, sem desviar seus princípios. É bem verdade que, para ser candidata majoritária um dia, a vereadora precisa entender que precisará construir um grupo, caso contrário…

Analisando o seu anúncio, por mais que deixe em aberto a possibilidade de apoiar uma candidatura do DEM, por exemplo, está claro que Emília, mesmo que indiretamente, ajudou a fortalecer o discurso de unidade que a oposição precisa neste momento para impedir a reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). Com todo respeito aos demais pré-candidatos ao comando da PMA, os nomes da delegada Danielle Garcia (Cidadania) e da própria Emília se sobressaem mais por vários aspectos…

De um lado teríamos a delegada com o discurso de combate à corrupção e compromisso com o erário público, com um forte agrupamento político ao seu lado, além de políticos já conhecidos dos aracajuanos, como o deputado Gilmar Carvalho (PSC) e o ex-deputado Valadares Filho (PSB); este último será o candidato a vice na chapa e, ambos, até pouco tempo, estavam cotados para disputarem a PMA; do outro lado a oposição teria Emília, que tem muitos serviços prestados o povo pobre do nosso Estado, como defensora pública, e que exerce um grande mandato no parlamento…

As duas disputando a PMA, fatalmente poderiam dividir a oposição, ou seja, dariam a Edvaldo Nogueira, Jackson Barreto, Carlos Cauê e os demais, aquilo que eles mais queriam…É bem verdade que Emília, por opção pessoal, pode tanto optar ficar neutra como apoiar outra pré-candidatura, como a também delegada Georlize Teles (DEM), que precisa necessariamente de apoios políticos para construir um projeto competitivo. Mas há, também, quem defenda o apoio de Emília a Danielle, unificando os discursos em um “projeto de mudança” em Aracaju.

Quem conhece Emília acredita que ela, dificilmente, se isentaria em um processo político importante como esse, seja lá qual for sua decisão, seu apoio pode ser decisivo e ela vai se dedicar à sua reeleição na CMA, mas também a uma mudança no comando da Prefeitura. Qual será a escolha de Emília e do Patriotas como um todo, isso pode ser decidido ainda esta semana, mas é certo que virá muito “chumbo grosso” para cima de Edvaldo de agora em diante. Em síntese: mesmo que a oposição tenha diversos “palanques”, há uma “máxima” que prevalece: alternância na PMA…

por  HABACUQUE