Em conversa com este colunista, o presidente Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Aracaju (SEPUMA), Nivaldo Fernandes, comentou o projeto da gestão do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) enviado para a Câmara Municipal de Aracaju (CMA) onde pede a autorização para suspender o recolhimento ao Regime Próprio de Previdência. Para o sindicalista, este é mais um “ato de covardia” do gestor municipal que, segundo ele, durante a campanha eleitoral de 2016, jurou que não mexeria na previdência dos servidores da Prefeitura de Aracaju.

Nivaldo se recorda de que fora chamado, junto com o professor Getúlio pelo prefeito, para que fosse mantido um diálogo com os vereadores de Aracaju, ainda em 2017, sobre a necessidade de se aprovar o parcelamento de algumas contribuições atrasadas; SEPUMA revelou que Edvaldo se comprometeu ali com o pagamento desse parcelamento, mas agora surpreende não apenas o sindicato, mas todos os servidores da Prefeitura de Aracaju com esse projeto pedindo autorização da Câmara de Vereadores para suspender o compromisso.

Na conversa, Nilvaldo vai mais além e ela fala das finanças da PMA, revela que esse tipo de autorização, baseada na lei federal 173/2020 se restringe aos casos onde a gestão municipal atravessa forte queda de arrecadação e sérias dificuldades financeiras. Mas todos nós temos consciência de que esta não é a realidade da Prefeitura de Aracaju que, diga-se de passagem, recebeu muitos recursos federais do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante essa pandemia do novo coronavírus (COVID-19), ou seja, não tem base legal…

Como se não bastasse o descrédito que possui com a classe política e empresarial, por não cumprir com o que assumiu no passado, além dos eleitores que sonhavam com a “qualidade de vida”, agora outro “fake” de Edvaldo: enganou o funcionalismo público da Prefeitura de Aracaju! E o SEPUMA prova: de um lado a PMA fala em perdas da ordem de R$ 40 milhões em arrecadação; do outro o sindicato notícia que o governo federal, durante a pandemia, repassou recursos da ordem de R$ 37 milhões, para recomposição das perdas.

Outra informação relevante: segundo o SEPUMA, a receita real líquida da PMA, de janeiro a julho de 2020 é de R$ 823 milhões contra R$ 391 milhões do mesmo período em 2019, ou seja, onde está configurada a “quebradeira”? A quem Edvaldo Nogueira tenta enganar? Qual a justificativa legal para enviar este projeto de suspensão do pagamento desse parcelamento se as finanças estão em ordem? Por ter maioria no parlamento, pode ser que Edvaldo consiga a aprovação na “Casa do Amém”, mas é preciso que os órgãos fiscalizadores se atentem para isso…

Essa semana, ao dizer para a sociedade que a PMA tem sido eficiente na gestão do Fundo Previdenciário, atingindo a marca de R$ 1 bilhão, Edvaldo findou externando que mentiu em 2017: disse agora que recebeu do ex-prefeito João Alves Filho (DEM) a gestão com R$ 500 milhões no Fundo, ou seja, e João não tinha deixado a PMA com uma série de problemas e prejuízos financeiros? Como assim, Edvaldo? Esse projeto enviado para a CMA é, no mínimo questionável e bastante polêmico. É o futuro dos servidores da Prefeitura que estará em jogo…

por Habacuque