É de se admirar a cara de pau de muitos que compõem a atual gestão municipal de Estância. Dói imaginar que o gestor e seus assessores e apoiadores parecem viver numa realidade paralela do restante da população, e que divulgam essa realidade para suprimir a incapacidade total de cumprir a principal promessa de campanha: fazer nascer uma nova Estância.

Com gastos superiores a mais de 500 mil reais em publicidade e propaganda em mídias principalmente na capital do Estado, fica fácil ludibriar os desinformados que não residem no município da real situação vivida pelos moradores da cidade, que ainda sofrem com problemas básicos e corriqueiros como a falta constante de d’água.

Se baseando em ações, que nada mais são que o cumprimento de algumas simples obrigações básicas da administração pública, como o reajuste de salários e o pagamento dos vencimentos em dia, a comunicação do município faz um alarde de tom eleitoreiro desafiando a inteligência popular e a experiência do dia-a-dia dos estancianos.

Obras atrasadas na zona rural a mais de 8 meses; inaugurações de praças públicas oriundas de projetos defasados que não demonstram nenhuma serventia para a sociedade; falta de água constante em bairros e localidades da zona urbana; gasto exorbitante do dinheiro público com licitações do transporte escolar; farra nas diárias com dinheiro público e; incapacidade de diálogo com a sociedade, são apenas algumas das questões que deixam os estancianos perplexos com a divulgação de uma realidade que não existe.

Junte-se tudo isto à ingerência aplicada com a atual crise de saúde pública vivida em todo país, e que chegou recentemente nos bairros da cidade. Mesmo munido de ações responsáveis conduzidas a nível municipal na área da saúde, o atual Prefeito, que é um médico respeitado em todo estado, não conseguiu lidar com as consequências da situação com a eficiência esperada. A cidade passou em rede estadual de televisão como exemplo no combate a pandemia, mas como mentira tem perna curta, não demorou muito para os cidadãos notarem que havia algo cheirando mal.

Apesar de muitas sugestões da Câmara Municipal, da imprensa local e dos cidadãos: como a criação de auxílios financeiros para determinadas classes sociais; corte de gratificações desnecessárias para o momento; valorização dos profissionais em saúde; higienização constante dos espaços públicos e; pulso firme ao cumprimento das medidas decretadas pelo Estado, o gestor parece mais interessado em posar para fotos e vídeos, carregando caminhão de cestas básicas, para a campanha eleitoral.

Outra questão, que não é nenhuma novidade, é o péssimo tratamento dado muitas vezes por assessores do Prefeito, servidores públicos, em sua maioria temporários, cuja função é financiada com dinheiro público para responder aos questionamentos do povo, mas que além de não terem descido do último palanque, atacam ferozmente a qualquer um que faça críticas ou cobranças populares.

Em meio a todo esse caos, a população é a única que sabe perfeitamente de tudo que se passa na cidade, e que se houve em algum momento uma gestação para gerar uma “nova cidade”, certamente foi de um natimorto.

Vamos aguardar se os elogios comprados, realmente darão os frutos esperados na próxima eleição.

Por Lucas Berto

 

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